Arte e Liberdade

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Porto Alegre, RS, Brazil
Mostro aqui uma parte de meu trabalho em desenho, aquarela, técnica mista, modelagem digital 3D orgânica e poligonal, trabalhos em prata com pedras naturais. Um pouco do que penso em pequenas anotações. Uma boa navegação por este espaço de ilusões materializadas! ................................. "É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos. E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'." (Charles Baudelaire)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008







Venho trabalhando a algum tempo na construção de um livro, como se fosse um inventário,onde algumas criaturas e paisagens visitadas em sonhos incomuns desde minha infância, formam assim minha arquitetura imaginária, que espero aos poucos ir materializando em uma Arte livre e feita pela paixão a esses seres (tantas vezes relegados a meras "fantasias", devaneios e alucinações por alguns) a mim tão assíduos e protetores. Os sonhos revelam-se como pequenos portais nos quais transito por dias e noites a fio, ora sabendo um pouco mais ,ora tateando por paredes sombrias sem nada entender. Esse trânsito parece estar afinado a uma crença, incontestável às vezes, mas ao mesmo tempo duvidosa ... infinita, de que eu possa navegar mapeando a pincel dois Mundos, simplesmente preparando o próximo cenário para viver após ter partido deste! (continua)
I’ve been working some time in making a book as it was an inventory where some creatures and landscapes visited in uncommon dreams since my childhood become my imaginary architecture which I hope materialize little by little in a free Art and made by passion for those beings (so many times relegated to mere fantasy, daydream and hallucination for many people) to me so assiduous and protectors. The dreams reveal themselves like little gates in which I pass through for days and nights groping around in the dark walls with no understanding. This transit seems to be attuned to a creed, incontestable sometimes but at the same time dubious and infinite, that I can sail mapping two worlds with my brush, simply preparing the next scenery to live after to leave this one!(To be continued)


quinta-feira, 8 de maio de 2008

INVENTÁRIO DE ABSTRAÇÕES-Inventory of Abstractions


O Primeiro trabalho de uma série de imagens em bico de pena que venho
realizando a algum tempo sobre dragões.
Há diversas atribuições a esse símbolo tão cercado de mistérios e algumas contradições,na realidade trata-se de
aspectos distintos de um símbolo único,que é do princípio ativo e demiúrgico: poder dívino,um ente celestial coroado de atributos mágicos,
alguns benéficos outros maléficos.O patriarca Zen Hueineng faz igualmente dos dragões e das serpentes ícones do ódio e do mal por ter certamente suas razões. O terrível Fudô(Acala) nipônico, ao dominar o dragão, vence, assim a ignorância e a obscuridade. A ambivalência desse

símbolo está evidente quando seu significado é comparado em diferentes culturas. A lenda de Siegfried confirma que o tesouro guardado pelo dragão é a imortalidade. Na dinastia chinesa T'ang ele guarda a grande Pérola. Na Índia algumas doutrinas o identificam com o Princípio,a Agni ou a Prajapathi.

O Matador do Dragão é o sacrificador que aplaca a potência divina e com ela se identifica.O dragão produz o Soma,que é a bebida da imortalidade.O poder do dragão ensina Chuang-tse,é coisa misteriosa:é a resolução dos contrários,por isso Confúcio viu ,segundo ele,em Lao-tse a própria personificação do dragão.
  O Primeiro trabalho de uma série de imagens em bico de pena que venho
realizando a algum tempo sobre dragões.
Há diversas atribuições a esse símbolo tão cercado de mistérios e algumas contradições, na realidade trata-se de aspectos distintos de um símbolo único, que é do princípio ativo e demiúrgico: poder dívino, um ente celestial coroado de atributos mágicos, alguns benéficos outros maléficos. O patriarca Zen Hueineng faz igualmente dos dragões e das serpentes ícones do ódio e do mal por ter certamente suas razões. O terrível Fudô(Acala) nipônico, ao dominar o dragão, vence, assim a ignorância e a obscuridade. A ambivalência desse símbolo está evidente quando seu significado é comparado em diferentes culturas. A lenda de Siegfried confirma que o tesouro guardado pelo dragão é a imortalidade. Na dinastia chinesa T'ang ele guarda a grande Pérola. Na Índia algumas doutrinas o identificam com o Princípio, a Agni ou a Prajapathi.
O Matador do Dragão é o sacrificador que aplaca a potência divina e com ela se identifica. O dragão produz o Soma, que é a bebida da imortalidade. O poder do dragão ensina Chuang-tse, é coisa misteriosa: é a resolução dos contrários, por isso Confúcio viu, segundo ele, em Lao-tse a própria personificação do dragão.

(Do Livro Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant)
The first work from a series of images in ink pencil which I’ve been making for some time about dragons. There are several attribution for this symbol so surrounded of mystery and contradiction. Actually, it is about distinct aspects of a single symbol that it is from an active principle and demiurgic: god power, a celestial being crowned by magical attributes, some good some evil. The patriarch Zen Hueineng makes likewise dragons and serpents anger and evil’s icon, certainly having his reasons. The terrible japanese Fudo (Acala) when dominating the dragoon, wins, like this the ignorance and the obscurity. The ambivalence of this symbol is in evidence when its meaning is compared among different cultures. The Legend Siegfried confirms that the treasure kept by the dragoon is immortality. In Chinese dynasty T’ang he keeps the great Pearl. In India some doctrines identify him as The principle, The Agni or The Prajapathi. The Dragoon Killer is the sacrificer who appeases the god power and with that power identifies himself. The dragoon makes The Soma, drink of immortality. The dragoon power teaches Chuang-Tse, it is mysterious thing: it is the resolution of the contraries, for that Confucius saw, according himself, in Lao-Tzu, the dragoon himself personification.

(From the book Dictinnaire des Symboles by Jean Chevalier and Alain Gheerbrant)