
Quiçá (Poema de Sergio Almeida)
Amor cansei, subi no barco e fui além
pra lá das praias de Belém.
Cansim soprou e me levou daqui,
parti na onda que me quebra em mil pedaços
numa pedra e descansei de mim.
Saí do Beco do Vintém, com alguns bocados
que me levam ao celibato esquizotímico do Zen;
Se alguém perguntar que fim,
não diga nada, mande à lete estou bem,
me sinto leve, parabólica terrestre
Ninfa de uma flor-de-lis
meu mistério quer jazer fosforado num prazer,
onde nada é ninguém
e ninguém é o que parece, nem riqueza,
nem moeda, não há riqueza que se mereça
mais do que o Amor...meu amor,
se disserem que morri e se debaterem nesse engano,
não se zangue, eu não morro
sou mais rápido que o tombo,
creio na ciência do corpo, na fotoplastografia,
num quantum de energia radiante,
quiçá ser um frescor relaxante neste céu de anomalias,
onde um dia homogêneo, reunirei os amigos
e com a cara de todos os bichos te beijarei em silêncio.
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